E lá estava a Maria Louca, como era chamada, sua doença não era pouca e numa cadeira estava entrevada. Cega, caduca e ah, tão maluca!
Tagarelava, tricotava, trepidava, tiquetaqueava, tornava e retornava. E o cuco, antigo amigo, carcumido em seu abrigo: Tão velho quanto ela, a velha.
Tagarelava, tricotava, trepidava, tiquetaqueava, tornava e retornava. E o cuco, antigo amigo, carcumido em seu abrigo: Tão velho quanto ela, a velha.
- Tic, tac. - dizia o relógio.
- És tão engraçada! - respondeu a velha torta, virada para a porta - Há tempos ando sozinha, amiga galinha, sem ninguém para matar esta tristeza minha!
- Tic, tac. - respondia o passarinho, entrando e saindo do ninho.
- Não fosse tu, amigo urubu, estaria entregue, não negue. - e ia tricotando, marotando e desgastando.
- Tic, tac.
- Ora, esta já não tem mais graça! Outra piada, amiga garça, antes que eu fique cansada!
- Tic, tac.
- Arre! Mas que chata essa ave! - exclamou e não mais tricotou, a cara fechou e os punhos cerrou, se calou.
- Toc, toc.
- Cala-te!
- Toc, toc.
Que surpresa aquele ruído! Era na porta que haviam batido.
Foi o azar, a velha gritar:
- Pode entrar!
Mas qual foi a grande sorte: Quem batia era a própria morte.
- És tão engraçada! - respondeu a velha torta, virada para a porta - Há tempos ando sozinha, amiga galinha, sem ninguém para matar esta tristeza minha!
- Tic, tac. - respondia o passarinho, entrando e saindo do ninho.
- Não fosse tu, amigo urubu, estaria entregue, não negue. - e ia tricotando, marotando e desgastando.
- Tic, tac.
- Ora, esta já não tem mais graça! Outra piada, amiga garça, antes que eu fique cansada!
- Tic, tac.
- Arre! Mas que chata essa ave! - exclamou e não mais tricotou, a cara fechou e os punhos cerrou, se calou.
- Toc, toc.
- Cala-te!
- Toc, toc.
Que surpresa aquele ruído! Era na porta que haviam batido.
Foi o azar, a velha gritar:
- Pode entrar!
Mas qual foi a grande sorte: Quem batia era a própria morte.